Dicas para começar sua Horta
Aprenda neste artigo importantes informações gerais para você começar a prática da horticultura.
Tipos de hortas
Hortas Educativas
É toda horta cujo principal objetivo é a educação dos
indivíduos que dela participam direta ou indiretamente. A educação
hortícola se refere ao aprendizado das técnicas básicas de produção, dos
cuidados essenciais com as qualidades dos produtos das formas e modos
de preparo e consumo, e dos aspectos nutricionais relativos à
alimentação de hortaliças diversas. Assim, a horta educativa é sempre
diversificada, cultivando-se diferentes espécies hortícolas ao mesmo
tempo. Pode ser escolar, quando conduzida pelos estudantes de uma escola
de qualquer natureza: Comunitária, quando conduzida em comum por
associação ou grupo de pessoa, formal ou informalmente constituído e
familiar também denominada caseira ou de “fundo de quintal”, quando
conduzida pelo individuo e a sua família. Esta, localiza-se geralmente
próxima à residência do proprietário.
As hortas educativas geralmente ocupam pequenas áreas os produtos são
destinados prioritariamente à alimentação das pessoas envolvidas.
Entretanto, podem crescer e gerar excedentes para comercialização e até
se transformarem em atividade com duplo objetivo, educacional e
comercial. Também pelas características dos serviços nela envolvidos,
normalmente leves podendo ser executados até por velhos e crianças sendo
as principais práticas realizadas em horário de sol fraco, a condução
de uma horta educativa torna-se freqüentemente em atividade de lazer,
surgindo daí a motivadora de “Horta Recreativa”.
Horta Comercial
É toda exploração hortícola cujo principal objetivo é a obtenção de
rendimento econômico proveniente da comercialização de produtos. Pode
ser diversificada ou especializada e com diferentes destinos para os
produtos obtidos.
A
horta comercial diversificada é geralmente de pequeno porte e
localiza-se normalmente na periferia dos centros urbanos, formandos “
Cinturões verdes” . Os produtores cultivam várias espécies hortícolas e
vendem os produtos nas feiras livres ou a intermediários, varejistas ou
não, que os comercializam nas feiras e mercados ou centros de
abastecimentos.
A horta comercial especializada é geralmente de médio o grande porte,
explora poucas espécies e localiza-se geralmente afastada dos grandes
centros urbanos entretanto, a maior ou menor distância de centros
urbanos é a função do destino da produção e das características dos
produtos. Quando a produção se destina diretamente ao consumo \e
trata-se de produtos altamente perecível, a exemplo das folhosas a menor
distância e o acesso aos grandes centros urbanos são fatores da maior
importância, quando a produção \se destina à industria outros produtos
suportam transporte a longa distância como alho, cebola, batata, etc. , a
maior distância dos centros urbanos é irrelevante e até pode se
transformar em fator de redução de custos, pelo menor preço das terras.
Assim também, são as grandes explorações olerícolas para a industria de
enlatados, como as de tomate, ervilha, aspargo e outras.
Classificação das Hortaliças
Segundo as partes utilizadas como alimento
Na linguagem popular, e até utilizadas por alguns técnicos, as
hortaliças são classificadas como legumes, verduras e condimentos.
Denomina-se
legume toda hortaliça cuja a parte aproveitada como alimento é fruto,
semente, bulbo, raiz ou tubérculo, como: tomate, ervilha, cebola,
cenoura, batata, etc. Verduras, as hortaliças cujas partes aproveitadas
são folhas, flores e hastes, como: alface, couve-flor, brócolos, agrião,
e etc.
Os condimentos compreendem as hortaliças cuja finalidade é melhorar o
sabor, o aroma, ou a aparência dos alimente, como o coentro a cebolinha,
a salsa, a pimenta, entre outros.
Segundo o parentesco botânico
Por este critério, as hortaliças compreendem um grande numero de família
dentre as quais são encontradas uma ou mais espécies de interesse
econômico.
Importância do cultivo e consumo de hortaliças
As Hortaliças são, por excelência, fontes de vitaminas e sais
minerais, substâncias essenciais ao bom funcionamento do organismo
humano. Auxiliam a digestão e o funcionamento dos diversos órgãos sendo,
por isso, consideradas alimentos protetoras da saúde.
Como o organismo humano não tem a capacidade de armazenara vitaminas e
sais minerais, necessários à sua nutrição, aconselha-se a ingestão
diária de tais nutrientes, especialmente provenientes de hortaliças
pelos benefícios adicionais pela ingestão de fibras. Contudo, deve-se
diversificar o consumo de hortaliças para equilibrar a nutrição
vitamino-minerais, vez que a riqueza nutricional das espécies é bastante
diferente. Uma hortaliça pode ser rica em um ou mais nutriente e pobre
em outros (quadro 2).
Ferramenta e equipamentos para sua horta
Em
olericultura, normalmente são empregados vários instrumentos que muito
auxiliam a execução das tarefas. Porém, para as pequenas hortas a enxada
e qualquer equipamento que permita regar as plantas são os únicos
considerados indispensáveis, instrumentos como: enxadão, par, garfo, cavador reto, mão-de-onca, ancinho, sacho, pazinha de transplante, carro-de-mão, marcadores diversos, pulverizadores
e outros improvisados pelo olericultor, são importantes porque facilita
os trabalhos e proporcionam o melhor rendimento. A utilização de
equipamentos como arados, grade, enxada, rotativa, sulcador, conjunto de irrigação, etc., é mais freqüente em hortas maiores ou em pequenas hortas comerciais.
Materiais de Plantio
As hortaliças podem ser multiplicadas por sementes, mudas ou brotos, hastes, ramas ou estacas, frutos, tubérculos, bulbos e bulbilhos ou “dentes”.
As sementes representam o material de multiplicação da maioria das
espécies hortícolas. Em geral estas são pequenas e perdem rapidamente o
poder germinativo na ausência de embalagens adequadas, especialmente se
mantidas em temperaturas e umidade relativas elevadas. Latas e sacos de
papel laminizados são as embalagens que melhor conservam o poder
germinativo das sementes comercializadas. Por isso, estas devem ser
adquiridas em quantidades necessárias para um curto período e em
embalagens fechadas. O rotulo das embalagens indica a espécie, a
cultivar, o poder germinativo e a validade do teste de germinação, que
deverão ser observados na ocasião da compra.
São multiplicadas por sementes as seguintes espécies abóbora,
abobrinha, agrião, alface, beterraba, beringela, cebola, cebolinha,
cenoura, coentro, couve, brócolos, couve-flor, feijão-vage, jiló,
melancia, melão, milho-doce, moranga, nabo, pepino, pimentão, pimenta,
rabanete, salsa, quiabo e tomate.
As mudas podem ser originadas de sementes, plantadas em canteiros
especiais, ou de parte de vegetal (vegetativas) como as brotações
laterais de couve e pedaços de cebolinha.
Hastes, ramas, ou estacas são pedaços do caule de outras hortaliças,
utilizados como material de plantio, a exemplo do agrião, a batata-doce e
do hortelã. Para a batata-doce, ramas com 20 a 30 cm de comprimento
constitui o principal material de plantio.
Frutos é o material de plantio do chuchu. Este, apesar de considerado
o material vegetativo por autores, trata-se de material sexuados.
Tubérculo é o material vegetativo de multiplicação da batatinha, que deve ser plantado com 3 a 4 cm de tamanho.
Bulbo é o material vegetativo da cebola ou a própria cebola, que pode
ser utilizada para plantio. Neste caso, deve-se escolher ou produzir
bulbos dos menores, também denominados bulbinhos.
Bulbinho ou “dente” é o material utilizado para a multiplicação do alho.
Para a produção própria de qualquer material de multiplicação de
hortaliças deve-se escolher plantas mães produtivas, bem desenvolvidas e
isentas de pragas e doenças.
Desenvolvimento das Hortaliças
Considerações sobre o solo
As plantas necessitam apenas Ter disponível no solo os componentes:
nutrientes, água e oxigênio. O grau de exigência desses componentes
varia principalmente em função da espécie de planta ou cultivar. As
hortaliças, em geral, se caracterizam pela alta exigência nos três
componentes citados.
Considerações sobre o clima
Dentre os fatores climáticos, a luz, a temperatura e a umidade são os de maior importância em olericultura.
Adubação
A adubação de hortaliças deve ser feita visando suprir praticamente
todas as necessidades nutricionais da planta, pelo menos em
macronutrientes.
Adubação básica
Em síntese, a regra de utilização de 150 a 250g da fórmula 4-14-8 ou
4-16-8 por m² de área deve ser acrescida de relativa dos de bom senso.
Deve-se considerar as exigências nutricionais das espécies, os grandes
espaçamentos, a duração do clima, o nível de produtividade esperando e
as indicações de real estado de fertilizante do solo.
Adubação Orgânica
O adubo orgânico é da maior importância para o cultivo de hortaliças.
Mesmo pelo fornecimento de nutrientes, vez que na maioria dos casos é
pobre, mas, pela melhoria das condições físicas do solo que impõe.
A matéria orgânica torna o solo muito solto mas ligados,
conferindo-lhes maior capacidade de retenção de água e nutrientes e os
solos mais pesados, mais soltos, com maior porosidade e penetração do
ar. O adubo orgânico melhora a vida macro biológica do solo favorecendo a
sobrevivência de minhocas, fungos e bactérias benéficas. Fornece ainda
micronutrientes às culturas e favorece a absorção de nutrientes
provenientes de outras fontes.
Obtenção de Mudas
As mudas da maioria das espécies hortícolas são obtidas a partir de
sementes. A semeadura em sementeiras deve ser bastante uniforme, em
pequenos sulcos paralelos, distanciados 10 cm e profundidade em torno de
1 cm. A cobertura das sementes deve ser feita com uma fina camada de
terra ou esterco curtido, de preferência, peneirado sobre o leito.
A cobertura do leito com folhas de dendezeiro, coqueiro ou
assemelhado ajuda a conservar a umidade, evita compactação e super
aquecimento do solo, favorecendo a germinação.
Instruções Gerais
Irrigação
A irrigação é fundamental para complementar a grande necessidade de
água, para a maioria das espécies hortícolas, mesmo em períodos ou
regiões onde ocorrem os melhores regimes de distribuição de chuvas.
Em geral, a quantidade de água a aplicar por vez, deve ser o
suficiente para molhar a terra at’;e a profundidade de 20 a 25 cm, onde
se concentram a maioria das raízes. O excesso favorece a erosão e a
lixiviação dos nutrientes. A falta prejudica o crescimento e a qualidade
dos produtos podendo acelerar o processo de maturação.
A irrigação pode ser feita por sulcos ou por aspersão.
Capina
A capina é a operação executada para retirar as ervas daninhas que
infestam as culturas. Deve ser realizada o quanto antes e sempre que
necessário, para evitar a concorrência por água, luz e nutrientes.
Controle de pragas e doenças
As principais pragas que atacam as hortaliças podem ser agrupadas em insetos, ácaros e nematóides.
O
controle de insetos e ácaros deve ser feito por meio de catação manual
ou eliminação das partes muito atacados. Os nematóides são melhor
controlados por meio de práticas culturais como rotação de culturas,
arações e gradagens sucessivas em dias de solo, inundações temporárias e
uso de cultivares resistentes.
As doenças mais comuns nas hortaliças são causadas por fungos, bactérias e vírus.
O controle das doenças deve ser feito eliminando-se as partes
atacadas ou a planta toda. Num caso de virose deve se eliminar todas as
plantas atacadas e combater os insetos vetores. Muitas vezes, no
entanto, um mau desenvolvimento das plantas, amarelecimento das folhas,
murchamento e morte das plantas podem ser causados por deficiência
nutricional. Também, a falta ou excesso de água ou excesso de calor ou
frio podem ser responsáveis por esses sintomas.
Colheita
As hortaliças devem ser colhidas no ponto que as características de paladar e preferência de mercado forem satisfeitas.
O ponto de colheita pode ser definido pela idade da planta,
desenvolvimento das folhas, hastes, frutos, raízes ou outras partes
utilizadas como alimento.